quinta-feira, setembro 28, 2006

II diário de uma dona de casa – A Mudança - 07/12/2004

Continuo achando que crescer deveria ser um processo facultativo e reversível. É incomensurável a saudade que sinto da época em que minha parte nos problemas era apresentá-los, expô-los aos "resolutores", chorar por eles, e no máximo, numa segunda fase, reclamar que meu pai era um grosso depois do esporro que ele me dava quando resolvia tudo só...

Mudei de apartamento.

Apesar de Denise achar que minha cozinha inteira cabia numa caixa de sapatos, a caixa era um pouco maior! Aqui no Rio, mudança pequena sem faz em Kombi. O problema é que toda vez que eu falava kombeiro, entendiam bombeiro (que aqui é encanador), e ninguém entendia nada. Aqui é Kombi a frete!

Recomendaram um de confiança, que não dava problema – não dava problema porque também não dava nada. Não apareceu nas duas vezes que marcou. Enfim, arrumei outro que parecia que tinha acabado de sair da garrafa de montila. O prazo para chegar com a mudança era ate 5 horas. Mas eu só consegui sair com a mudança faltando 10 minutos para tê-la terminado no outro apartamento. Chegando atrasada, dei de cara com o síndico. Então, tive que arrumar argumentos altamente perobais – que, com a graça de Deus foram aceitos.

A geladeira é um capítulo a parte. A princípio, eu achei que ia ser muito rápida (praticamente no mesmo bairro) e resolvi deixar ligada para não descongelar durante o transporte e não estragar "toda" a comida (dois pacotes de nuggets e um requeijão). Logo em seguida, tive a brilhante idéia de colocar tudo dentro da geladeira para não ficar embalando – todas as panelas, talheres, tudo o que era de plástico, etc...

Antes que se completasse uma desgraça com a minha companheira geladeira, Denise passou em casa para checar quantas besteiras eu já tinha feito.

Quando eu cheguei, o mal já estava solucionado. Quando cheguei no apartamento novo, vi um lugar que cabia perfeitamente minha geladeira. Só tinha uma torneirinha que eu fatalmente não usaria nunca. Mandei o piratão botar a geladeira lá. Quando a super Denise chegou para passar revista, me avisou que aquela torneirinha inútil era a saída de gás.

Depois, eu liguei a geladeira, e como ela acendeu, sai crente que estava ligada. Ficou acesinha, e quentinha, parecendo um abajur... com todos os alimentos "perecidos" dentro!

Depois de todo mundo se posicionar contra a minha disponibilidade de enfrentar o caranguejo que mora no meu bolso e pagar para alguém arrumar aquela mudança, tive que ir arrumar meus livros e roupas, e ainda pagar a faxineira para ir lá depois. Com esta mudança, minha mão está uma chaga só, ainda mais agora que descobri que o caranguejo que me massacrou amigou-se com um escorpião... terrível.

Meu primo, sangue do meu sangue, foi lá em casa chumbar o guarda-roupas de aramado na parede e esqueceu a furadeira!

Naquele turbilhão de contratempos, lembrava dos argumentos de minhas amigas: casar com um marido milionário, tirar na mega-sena sozinha... mas os meus pensamentos sempre confluíam para o clássico: "eu quero a minha mãe", e todas as imagens do meu tapete voador entrando pela janela e levando tudo – geladeira, etc. sem precisar nem de elevador!

Daí me deu um misto de tristeza e alegria: tristeza de continuar despida de praticidade até nos sonhos. E alegria porque a primeira coisa que encontrei em minha casa eviscerada (leia-se: com as tripas de fora – para os ouvintes do bandeira 2, leitores da folha de Pernambuco e expectadores de cardinor) fui eu mesma!

Mas o apartamento é ótimo: claro e arejado, pequeno mas sobrando espaço para mim, uma liliputiana com poucos móveis, e perto de cinemas, metrô, livrarias, do morro da Urca, e de vários shoppings (para as minhas visitas prometidas do ano que vem).

Dizem que me mudei para morar mais perto da casa de Philipe (Pinel) amigo do Ulisses (Pernambucano) . É sempre bom morar perto dos amigos, já que estou longe de vocês...

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial