quinta-feira, setembro 28, 2006

III DIARIO DA DONA DE CASA
As novas desventuras de uma dona de casa
Para meus "correspondentes"...

Depois de conseguir errar o preparo da sopa de cebola de saquinho da maggi, eu tive a cara de pau de chamar minha prima Zezé para almoçar lá em casa.

Para quem não conhece Zezé, é uma prima minha de enésimo grau, mas é como se fosse "carnal". Muito divertida, extremamente sincera, ela é malcriada e diz tudo na cara. Uma das muitas qualidades dela, é gostar muito de mim, de forma tal que tudo o que eu faço, ou ela acha bom ou ela acha graça. E com este afeto inDEScriminado favoreceu minha ousadia de exposição. Na pior das hipóteses, ia passar o resto da vida tirando onda da minha cara.

A confiança (despreendimento ou coragem, como queiram) dela ao aceitar meu convite pesou sobre meus ombros. Fiz uma verdadeira "revisão audiográfica" - isso é para dizer que perguntei a todo mundo, com aquela cara de conteúdo, receitas de carne moída (realmente uma coisa muito difícil de executar), desde as cozinheiras mais rebuscadas (cara de pau não tem limite) às mais práticas.

O almoço, é claro, foi feito na hora. E tive a precaução de mantê-la com doses regulares de caipiroscas enquanto eu cozinhava. Ela na sala, arrumando as coisas e eu cozinhando. A primeira reclamação (conforme rege a lei da malcriação) foi que eu sou uma cozinheira muito barulhenta. Mas eu expliquei que houve um surto de labirintite nas panelas, pratos e talheres lá de casa... acho que a obra do prédio vizinho os afetou...

Depois ela perguntou porque eu estava rindo tanto. É que apesar de ter plena consciência que não sei cozinhar nada, eu ainda acho de "ter idéias" culinárias... contando ninguém acredita. Mas confessando, quem sabe...

Sujei todas as (cinco) panelas lá de casa – porque além delas serem "enormes", eu fiz comida para um batalhão achando que ia faltar (coisa de nordestino?). Enfim, o almoço estava pronto. Pus a mesa com um medo danado, e Zezé, coitada, com receio proporcional.

Pôs pouca comida no prato, desconfiada, como boi rumando para o abate. E, para surpresa coletiva, ela gostou. Tanto que repetiu 3 vezes... Conclusão: no reino da cara de pau, o melhor tempero é o álcool no copo alheio. Porque a fome, quando passa, a pessoa pára de comer e depois sai reclamando da (falta de) qualidade da comida. E o álcool não! Além das pessoas continuarem comendo e acharem bom, ainda tem a vantagem de amenizar os detalhes de sua atuação, mesmo que ela seja altamente perobal.

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial