quarta-feira, setembro 27, 2006

Mente sã, coração pasteurizado

Por: Hermengarda Batista

Eu sou de Pernambuco: um lugar bem quente. Na verdade, o ano tem duas estações, bem assimétricas: de chuva e não chuva. A amplitude térmica é bem limitada. Mas nunca chega a 40 graus. Nunca.

Estou morando agora na cidade maravilhosa: descansa na beira da praia, entrecortada de cadeias de montanhas, e nos trechos mais bonitos, a montanha encontra o mar. Linda por excelência.

Mas esta geografia de invejar qualquer arquiteto tem seus caprichos.
Primeiro lugar, as cadeias de montanha bloqueiam as chuvas. Então, por exemplo, você está na Tijuca, num temporal, passa pelo túnel Rebouças, chega na lagoa com o céu azul e claro.

Acredito que a família Adams deve ter morado no fundão, porque deixaram aquela nuvem que acompanha a casa lá. Às vezes, o sol a derrete. Mas ela sempre retorna "adammente" para lá.

Mas o impressionante são as frentes, frias e quentes. Num dia, você assiste no jornal que vai dar temperatura de 17 a 30 graus. E é verdade. Você acorda com um sol lindo, uma brisa morna, sai para trabalhar com uma camiseta e meio dia começa a nublar o céu. E vai nublando, as 4 horas começa a chover e cai a temperatura.

Se você sair de casaco você vai morrer esturricado antes de chover. Mas se levar o casaco na bolsa, ai não chove. Coisas de Murphy...

Este ano, o outono foi mais frio que o inverno. Fechou com uma frente fria, que durou uma semana. Ai a massa de ar seco chega. O inverno começa quente com lindos céus azuis. E depois, outra frente fria. A aurora chega com 10 graus, a galera de casaco.

Passa 4 dias. Acaba a frente fria e o inverno passa a ser verão.
Nessa onda, eu, que sou nordestina, vou terminar pasteurizada.

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