quarta-feira, setembro 27, 2006

Em linhas Gerais

Há dois meses, tive a anunciação de 2 "sobrinhos": o neném de Babita e Rodrigo, depois, o do Gordo e Miriam. Desde então, estou participando como expectadora interativa e entusiasta destes processos. A espera de uma nova vida é um fenômeno do qual ninguém sai incólume.

O desejo pode preceder ou não a concepção do filho. No entanto, uma vez concebido como filho, o desejo vai num crescente, como um diamante multifacetado, com um mundo de facetas a refletir o mundo.

A escolha do nome é uma expressão clara disto. Barbara Augusta quer um nome curto. Miriam quer um nome que seja facilmente chamado em vários idiomas. Allan quer um nome facilmente escrito. E eu, de intrometida, quero um nome que não seja tão comum, como Dani.

Também têm os motivos simbólicos. Miriam não quer Heitor porque sofreu muito (na guerra de Tróia) nem Artur porque a lembra um tio. A mãe de Elisa escolheu nomes de atrizes belas e famosas. Papai deu o próprio nome para meu irmão. Kica chamou a filha Letícia, que significa alegria. Renata sugeriu para a irmã que findava seus 4 anos de reinado o nome da menina mais chata do colégio, Isabela – petição negada.

No mundo globalizado, voltaram os nomes bíblicos, como Pedro, Lucas, Tiago e Mateus.
Mas me pergunto o que deseja alguém que chama o filho de Cornélio, Maria das Dores, Maria Auxiliadora, Piedade, Clemente, Pérpetuo Socorro (para quem achar impossível, conheço 2, e uma delas aqui no Rio).

Soube de outro que queria juntar o nome dos 4 irmãos, desde já, lindos: Graciosa, Joroastro, Rivadávio e Tomaz. E então, o novo rebendo arrebentaria chamando-se Grajorito. A mãe, lucidamente vetou.

E a crueldade com os gêmeos? Tenho dois primos chamados Jafferson e Jefferson.

Enfim, ser pai e mãe é enxergar num embrião de 12 semanas, que ainda nem faz barriga, uma pessoa bem chamada, com uma missão de vida, feliz, com carreira internacional, se imprimindo na história. Mesmo que os filhos não sejam nunca exatamente o que sonharam os pais, este desejo é muito importante. É fundamental.

Eu, por exemplo, sou muito diferentíssima do que meu pai queria. Um pouco mais parecida com o que mamãe sonhou. Quando nasci, esperei 8 dias o meu nome. Mamãe deu uma lista de 8 nomes para meus tios e avós maternos votarem. Assim me chamaram Danielle.

Aos 14 anos, eu soube que significava Deus é meu juiz, em hebraico. Aos 22 anos, soube que era um profeta do velho testamento, que desde já, falava de cenas apocalípticas e de um mundo melhor, reconstruído. Mas desde os 7 anos, eu já tinha um planeta no espaço sideral. Pode perguntar a mamãe, que sempre me chamou com a esperança dos seus olhos verdes.

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