quarta-feira, setembro 27, 2006

Sentir sabendo

Por: Hermengarda Batista

Existe uma diferença entre o saber e o sentir.

O saber mora no raciocínio, pode ter embasamento científico ou experimental. Muda e se incrementa com a vivência e com a relação com o meio externo. Apesar da hipótese de que só os ignorantes são felizes, eu discordo. É muito bom saber das coisas, para as mais variadas situações, para observar as nuances do mundo e interagir com as pessoas.

Já o sentir é outro departamento. Ele trabalha no departamento da emoção e não obedece métodos, procedimentos ou lógicas. A gente simplesmente sente as coisas, como elas são ou não são. E o sentimento sincero é mais que os fatos, que as verdades, que as certezas.

O sentimento e o saber podem ser mutuamente influenciados. Muitas coisas que a gente sabe mudam o que se sente e os sentimentos induzem a busca do saber.

Eu sei que a Terra é redonda e azul. Isso é realidade, cientificamente comprovada. Mas não é isso que sinto. Eu sinto que a terra é plana, com inclinações, subidas e descidas, e cheia de cores, sons e cheiros. E é pelo que eu sinto que eu me equilibro sob dois pés e ando. Em algumas inclinações, muitas vezes, eu me ajudo com os braços como se fossem patas. Se eu sentisse a terra redonda, ia viver escorregando... O equilíbrio da vida é a eterna busca de olhar o horizonte e manter a sensação de que a terra é redonda mesmo sentindo ela é plana sob dois pés.

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