sexta-feira, julho 02, 2010

DECLARAÇÕES DE LULA NO PAÍS DAS MARAVILHAS

declarações de Lula no país das maravilhas

Por: hermengarga Cavalcanti

A pequena Lua, de 3 anos, indignada, perguntava à avó:

“vovó, você sabia que o lobo comeu a avó da Chapeuzinho, e depois vestiu a roupa dela? Você acha isso certo vovó? Isso é muito errado! como é que pode a pessoa vestir a roupa do outro sem pedir?”

A vovó ficou tão surpresa quanto eu, quando vi, no dia seguinte, nosso presidente, Lula declarando diante das câmeras:

“O que eu acho pobre nesse país é que as pessoas esperam acontecer uma desgraça dessa magnitude para ficar tentando fazer o joguinho político pequeno. Como é que pode dizer uma coisa dessa dizer que o dinheiro do Rio não foi e foi para a Bahia? É leviandade de quem falou”*.

O leviano teria sido o Tribunal de Contas da União, que evidenciou o “direcionamento” de 37,25% da verba do Ministério da Integração Nacional destinada às situações emergenciais, como secas e enchentes, para a Bahia.

Acrescenta o detalhe que nos últimos dois anos, 64,6% do dinheiro deste ministério foi para o referido Estado. Por mais outro detalhe, o ex-ministro Geddel Vieira Lima atualmente é candidato a governador.

Mas um detalhe muito mais insignificante, são as quantias mais insignificantes ainda que foram para os Estados do Rio de Janeiro e São Paulo.

Ao saber quem era o leviano, o presidente Lula ainda defendeu o ex-ministro e criticou o TCU pela votação, “neste momento”*, de um relatório que mostra “desequilíbrio*” na distribuição de recursos do governo federal.

O tal desequilíbrio não é nenhuma surpresa!

Há bem pouco tempo, o leviano TCU também paralisou várias obras irregulares, enquanto Lula, desde então convicto da leviandade, mandou “des-paralisar”, declarando enfático que dava mais prejuízo paralisá-las do que continuar com as irregularidades, além de causar desemprego.

Resta saber de quem seria o prejuízo e o desemprego.

Por falar em irregularidade e continuidade, também já dói declarado o PAC 2, dando continuidade ao PAC 1, que, apesar de ter usado toda a verba, de uma forma geral, nem um terço das metas passaram do plano das idéias para a realidade, e as que passaram, muitas ainda estão inconclusas.

Suspeito que nós não sabemos bem é o que significa a sigla. Talvez seja Programa de Assistência à Campanhas. E ai, tudo fica óbvio, porque, como nem todos podem se eleger, nunca será totalmente concluída, apesar do consumo completo das verbas.

Mas as declarações continuam.

Na ocasião da morte de Orlando Zapata, colocado na imprensa internacional como preso político em Cuba, os irmãos Castros declararam que “não há presos políticos na ilha”. Zapata morreu, solicitando intervenção de Lula, presidente do Brasil com história de sindicalista, inclusive com prisão no seu currículo, que inviabilizou inclusive ir ao enterro da própria mãe.

Lula, recém chegado de lá nesta ocasião oportuna, declarou: “lamentável a morte deste rapaz, mas se ele tivesse falado comigo eu tinha dito pra ele parar com isso... isso não se faz! Fazer greve de fome*”. Deve ter sido incompatibilidade com o cardápio, por certo...

Logo depois, apareceu o caso de Guillermo Fariñas , que foi preso porque batia na mulher, segundo as reportagens locais. O que deve ser a mais pura verdade, haja vista, não há presos políticos em Cuba.

Entrevistado pela Associated Press, Lula declarou respeito às decisões da Justiça cubana e do governo da ilha “de deter as pessoas em função da legislação de Cuba*”. E também criticou o uso da greve de fome como forma de “pretexto de direitos humanos para libertar as pessoas*”. Finalizou brilhantemente: “Imagine se todos os bandidos presos em São Paulo entrarem em greve de fome e pedirem liberdade*”.

Só faltou citar, ao fim da declaração, um conhecido ditado “se fui pobre não me lembro”.

No entanto, na ocasião da prisão de Arruda, ex-governador do distrito federal, Lula declarou que não viu “provas suficientes para uma medida tão radical*”, lamentou o ocorrido, se confessou “abatido*” e declarou que não era “bom para o país, nem bom para a política*”.

Resta saber que país lucra com este tipo de governador...

Solicitou ainda, que evitassem a “exposição da figura do governador*”, por se tratar de uma “autoridade*”. Pediu que tudo fosse feito com muito cuidado e foi garantido que Arruda foi “preso com a dignidade que todo preso merece*”.

Considerando a dignidade dos presidiários brasileiros, em bem pouco tempo estarão todos pendurados na parede, cada um em seu prego, para aproveitar melhor o espaço. Mas Arruda, lamentavelmente, foi privado até da oportunidade ímpar de se socializar com os colegas de detenção.

Lula declarou ainda que “ninguém é sádico, ninguém está feliz*” com a prisão de Arruda. Com relação a isso, há muitas controvérsias! Inclusive registradas em fotos, publicadas em jornais!

Então, eu cito mais uma vez, como boa pernambucana, a declaração presidencial durante a inauguração da UPA de Paulista, na região metropolitana do Recife: “A UPA está tão organizada que dá vontade de ficar doente para ser atendido nela. Mas, Deus queira que ninguém precise*”.

Por ironia do destino ou justiça divina, ele precisou no mesmo dia. Entretanto, ao contrário de sua declaração, procurou um serviço privado, onde fizeram até tomografia para avaliar a dor de garganta e a hipertensão presidencial. “Coisa nunca vista antes na história deste país*”, até porque nem tinha indicação.

Mas é melhor, como se diz, senhor presidente, pecar por excesso... E também por excesso, lá vai Lula numa outra declaração infeliz, na na capital da Namíbia: “aqui é tão limpinho! Mas nem parece áfrica!*”.

Foi uma ingênua espontaneidade. Sem preconceitos... porque a ingenuidade de Lula começou com José Dirceu. A ingenuidade é tanta, que suspeito que, desde eleito, Lula esteja vivendo assim, num universo paralelo, assim como Alice no país das maravilhas, onde nada é o que realmente parece.

Onde inclusive seria possível se reeleger “em forma de Dilma”. E eu, sinceramente, queria muito escutar a declaração da versão de Lula a respeito da história da Chapeuzinho Vermelho.

* citações extraídas de fragmentos de declarações de Lula.

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