sábado, janeiro 30, 2010

PELA PAZ

Neste último fim de semana, houve mais um incidente brutal no Rio de Janeiro, cujo ponto máximo foi que o helicóptero da policia militar foi abatido, literalmente, à tiros.

De lá pra cá, temos ouvido todo tipo de coisas.

Uma das temáticas era a falta de treinamento da polícia. Mas desta vez, em meio a selva de pedras, o piloto do helicóptero em chamas desviou inclusive os postes do campo de futebol onde caiu. Ou seja: bem treinado ele foi.

Então, o presidente Lula afirmou que estão tentando resolver o problema criado por “meia dúzia”. Meia dúzia de quê? De fuzis simultâneos? E se prontificou para fornecer todo o suporte que o governo do Rio precisar.

Seria muito cordial se não fosse o fato de que o tráfico de armas e drogas é primeiramente responsabilidade do governo federal. Excetuando-se a hipótese das armas e das drogas terem nascido das árvores da floresta tijuca ou terem caído do céu, depois de atravessarem a fronteira do país, percorrem longa distância até alcançarem a fronteira do Estado.

E dentro do Rio, chegarem somente ao crime. Como se pode observar, somente o helicóptero da polícia civil é blindado. O da militar, não. O porquê ninguém sabe... e por favor, não venham perguntar a Deus, coitado...

Tarso Genro diz que a estratégia de entrar na favela atrás de bandido só prejudica os moradores. E ai? Vamos deixá-los todos bem à vontade? À vontade inclusive pra continuar oprimindo os moradores...

Outro político do Rio sugeriu murar as favelas. Imagino que a estratégia deste deve ser, primeiro os muros, e depois as jaulas. Para observar se os seres humanos também têm dificuldade de se reproduzir em cativeiro.

O narcotráfico e o tráfico de armas são os dois negócios mais rentáveis do mundo. O que a gente nunca sabe é quem lucra com isso. A classe média não lucra nada e ainda paga com insegurança pela violência e pela droga dicção.

As classes baixas e baixíssimas, pagam as muitas prestações desta conta, além de tudo, com os próprios filhos. E os traficantes, ainda que protegidos num presídio de segurança máxima, são meros funcionários, geralmente, substituídos com execução.

Alexandre Garcia cita: “mais uma batalha desta guerra para impor a paz”. Mais do que contra-senso. Uma guerra pra impor a paz é até erro de português, contravenção à linguagem.

A paz precisa ser construída com dignidade. E dignidade não se constrói sem acesso à saúde e educação, sem segurança, sem confiança no futuro, sem esperança.

Confiança é o que faz eu ir a um show de Arnaldo Antunes, chamado yeyeye, com músicas da jovem guarda. Por mais que me pareça hostil, eu acredito que ele deve ter feito algo bom. E se eu não gostar ou ele errar, a trajetória dele me faz continuar acreditando.

E como diria Falcão, é pela paz que não podemos seguir admitindo...

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial