sábado, janeiro 30, 2010

Amiga até debaixo d’água – simplesmente Lalá

Eu conheci Laís num congresso de fisiatria, quando ela ofereceu a casa dela pra eu passar meu estagio de dois meses na AACD e me deu seus contatos. Ela esperou eu ligar e eu desacreditei tanto que nem me lembrava do convite!

Tanto que quando ela me viu no estágio, perguntou porque e não liguei e eu nem a reconheci. Segundo ela, olhei com uma cara de “quem é esta doida?”. Mas como ela não guarda rancor, de todos os residentes, foi quem ficou minha amiga.

Conheci os pais dela, fez roteiros em São Paulo pra mim, e se não fosse ela, na prova de título, eu teria me lascado – no mais claro pernambuquês.

No carnaval deste ano, ela veio pra cá. Quando souberam que vinha uma médica paulista pra cá, quase me crucificaram. É que a galera tem preconceito com médico e com paulista. E disseram que eu ia matar a paulista, ladeira acima e ladeira abaixo.

Mas foi só ela chegar e todo mundo mudou de idéia. Quinta de carnaval, ela e Kico já dividiram o mundo entre o bloco da lancha e o bloco da lage. Na sexta, foi a pé, ao lado da mulher maravilha, em plena luz do dia, realizar a última refeição do carnaval na casa alheia.

Foi pro “lili” no mercado, de lá seguiu andando pelas ruas, viu o galo dormindo no rio, bateu foto encomendada, deu parabéns para todo mundo, fez propaganda da mulher cana e de chapeuzinho vermelho – na ocasião só de chapéu.

E arrasou corações pernambucanos.

A despeito das comidas integrais de minha casa, ela tinha energia de “mulher-aço” em pleno dilúvio no sábado, pediu bênçãos aos padres no domingo, deu endereço errado na segunda e na terça, depois de 4 dias achando pouco, pegou o “acho é pouco” novamente.

Na quarta, depois do almoço farto, brindamos o ano novo (que só começa depois do carnaval) com champanhe, pulando ondas, antes do vôo.

Cheguei de Noronha com Laís há pouco. Depois do MIMO, é claro. Ela ficou amiga de todos os transeuntes de Olinda, e em Noronha, dos ilhéus, dos visitantes, dos guias, das tartarugas e das mabuias.

Viu luas cadentes e ETs marinhos. Foi recebida com festa. Trafegou do “lixo ao luxo”, com a desenvoltura que lhe é peculiar e ajudou “auto-estimas” a escalar do submundo das trevas.

Quando a gente fala de Lalá, acham que é exagero. Mas é só você ter a honra de conviver com ela que você concorda. São pessoas como ela que fazem a gente acreditar que o mundo merece insistência e é possível ser feliz com o possível, mesmo que ele ande muito longe do sonho.

Porque a felicidade brilha dentro de cada um de nós.

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