quarta-feira, dezembro 23, 2009

Em casa

Todo mundo conhece minha avó azul! Realmente, ela é uma figura ímpar, como também é ímpar tudo o que ela tem. Sobretudo a casa, que é cara dela.

Esta casa é um ambiente que freqüento desde que nasci. Foi lá que me colori pela primeira vez, logo depois de ter nascido, graças a uma telha azul que ficava bem no meio do telhado do quarto.

Nestes anos todos, já assisti várias reformas, todas arquitetadas por vovó e cegamente executadas por algum pedreiro. Hoje em dia, a casa tem mais nada do plano original.

Para exemplificar esta linha arquitetônica, quintal é todo encimentado e tem uma meia parede – meia no sentido horizontal e no sentido vertical. Detalhe: revestida de pedras. Serve como divisória entre a área de serviço e um chuveiro, ao lado do qual tem um espaço vazio, que poderia ser um armário, mas ia ser um jardim. E neste buraco, jaz uma janela que se comunica com o quarto – para melhorar a ventilação.

Se você não entendeu, não tem problema. Problema era se você tivesse entendido!

Sábado de manhã, fui a um evento incrível. Acompanhei minha mãe para comprar móveis novos pra casa de vovó, que disse, “pode gastar”. E mamãe foi comprar tudo com designers avançados, tons modernos e tecidos especializados.

As pessoas sempre acham que é muito fácil se acostumar com o que é bom. Mas o conceito de bom e de felicidade, nem sempre segue a lógica do senso comum.
Seguindo o conceito de belo na arte (“tudo o que choca”), a casa de voinha e o finado Micheal Jackson, após todas as plásticas, eram dois fenômenos de beleza artística. Algo em torno de um caranguejo num aquário ajulejado.

Porque o lugar do caranguejo é na lama. Enquanto o porco se refresca, o carangueijo se cria na mesma lama, que sai do mesmo buraco. E esta lama de uns é argila para outros.

À revelia da honra à memória dos pais e do apreço ao futuro dos filhos, a visão da lama e do caos depende da essência de cada um. O importante é ter harmonia, ser autêntico e se sentir em casa.

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