segunda-feira, maio 04, 2009

REBANHO HUMANO

por: hermengarda rodrigues cavalcanti

Não é novidade que o povo sempre foi um rebanho humano. Quando ouvimos a história: executados pela crucificação, fieis atirado aos leões, escravos torturados como se fosse natural, ficamos chocados.

No entanto, não vivemos tão distantes do como julgamos destes espinhos históricos.

Assistimos o ex-presidente dos EUA falir o país investindo em guerras, com fortes interesses econômicos e pessoais, apoiado e aplaudido pelo rebanho americano – que hoje paga a conta, enquanto ele saiu incólume.

Outras tantas guerras assolaram a Europa. E seus perambulam como intrusos pelos outros países, que enquanto em paz, esqueceram do que viveram e para onde foram em tempos de guerra. Todas as guerras são inconseqüentes.

Às vezes, tenho a impressão que o gado humano é tratado com mais requinte de crueldade do que qualquer outro gado.
Em nosso “belo quadro social”, país que não tem guerras declaradas há tempos, vive em guerra civil constante. Sem sair das cidades metrópoles, assistimos diariamente pessoas vivendo em condições sub-humanas: sem esgotamento, comendo lixo, amontoada em favelas, ou morando nas ruas, dormindo em papelões, roubando para comer, transportadas em cargueiros mais apertados que qualquer caminhão de gado, jogadas em emergências de hospitais em macas frias de alumínio imundas sem lençol (que dirá colchões), empilhadas em celas de penitenciárias. É uma forma de sacrifício ou execução com tortura. A diferença é só que não se tem noticias de gente abatida para o consumo alimentar.

Ficamos chocados com as cenas dos seguranças da supervia no subúrbio Rio de Janeiro, onde a população foi agredida diante das cameras e do lado dos policiais – inoperantes, como sempre o são quando se trata do povão.

Mas é importante lembrarmos, agora, na hora do rebanho de raça (que constitui nosso grupo) pagar o imposto de renda aos nossos proprietários, os governantes eleitos de reivindicar, para nós, para as crianças indesejadas e não evitadas, para os idosos descartados que mendigam antes de tudo, solidariedade. Reivindicar deste mesmo governo que desfrutemos dos mesmos direitos que seus executores, legislativos, executivos, ou judiciários, e eles, dos mesmos deveres que nós.

Mas bate a desesperança quando se lembra que, o legislativo elabora leis, que deveriam ser julgadas por juízes, cujo último posto da carreira é designado pelo poder executivo. E que salários.

“você me pergunta aonde quero chegar, se há tantos caminhos na vida e tão pouca esperança no ar”(Raul Seixas)

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial